quinta-feira, 7 de julho de 2022

segunda-feira, 26 de outubro de 2020

Medo da Chuva

Outro dia me peguei observando a opinião de internautas e pessoas que convivo, a respeito do término do relacionamento do cantor Gusttavo Lima e da modelo Andressa Suita. Observei, que por muitos momentos, as pessoas se mostraram desacreditadas do amor. Assim como aconteceu quando os jornalistas Willian Bonner e Fátima Bernardes anunciaram o término do casamento. Entre tantas outras figuras públicas.

Sempre que algo desta natureza acontece no mundo dos famosos, me remete à história de uma anônima muito próxima: a minha. Em 2015, quando resolvi dar um basta e parar de viver de aparências em meu casamento, as pessoas que comigo conviviam e tinham a acesso a mim e ao meu ex-marido, se mostraram abaladas de modo que nem eu tenha ocupado tal comportamento. É certo que quando uma relação termina, uma parte se mostrará e, talvez, faça questão de se comportar de modo mais fragilizado que a outra. E na época, eu fui a figura fortona (Deus sabe o que passei enquanto casada!) que não me compatibilizei com as opiniões externas e segui minha vida passo a passo. É claro que eu não vou mentir e dizer que quando eu passava nas ruas os olhares de julgamentos não me incomodavam... Mas, fiquei surpresa do tanto de gente – do meu convívio e não - que me procurou para expor situações conjugais, me pedindo conselhos de e se deveriam ou não se separarem. E a resposta sempre foi a mesma: a sua história é diferente da minha, um divórcio não acontece da maneira mais feliz, então, prefiro não opinar.

O que as pessoas não se atentam quando é anunciado o término de um relacionamento, é que a história já não ia bem faz tempo, e, possivelmente, já havia acabado. E que a separação que causa tanta comoção aos arredores, talvez, se conceitue em decisões que a maioria gostaria ou deveria tomar, mas, não tem coragem – por vários fatores (des)estimulantes.

O que eu aprendi e entendi – que provavelmente uma galera precisa se atentar, é que aquela união matrimonial que temos nossos avós como modelo, já não faz parte do cenário há muito tempo. Sim, o amor existe, mas, a ‘felicidade’ não é consistida em uma somatória de anos, mas do tempo necessário de vida do ciclo em questão. Nem que este seja duradouro por uma soma de minutos. Ah! E que cada um tem sua vida individual e a oportunidade de construir sua própria existência. Se basear e se idealizar na história do outro, é um pecado contra si mesmo.

 

Thaís Livramento

26 de outubro de 2020


Dueto de gigantes: Raulzito e Zé Ramalho - 1984

"Medo da Chuva"

(Raul Seixas)



quinta-feira, 20 de agosto de 2020

Dependência Emocional

A gente jamais pode deixar se confundir amor com dependência emocional. Tempos atrás me peguei numa apaixonite que muito bem fez para a minha vida, e nem tanto para o meu coração.

Acontece que quando há reciprocidade, esta deve ter início com respeito e ausência de mentiras. O ditado popular de que tudo o que começa errado, termina errado, é uma das maiores certezas existentes. Porém, de uns anos pra cá, tenho me pegado em situações em que tudo o quanto é vivência – mesmo que dolorosa, consigo absorver algo que servirá de degrau pra minha vida.

E neste lance aí, detectei que o coração que carrego comigo, cada vez mais meu, está apto para receber alguém merecedor de um espaço tão nobre! Um ser especial de modo que seja grato ao receber um copo de água, e não uma pessoa que enquanto ganha um rio não reconhece a grandeza que tem enquanto a fonte não seca.

Eu não falo de se contentar com pouco. Não é isto. Até porque, quem vive de migalhas é formiga. Mas é que conviver com uma pessoa mal resolvida que emite energias negativas o tempo todo, pesa. E viver com leveza e tranquilidade foi algo que custei adquirir e jamais quero deixar de desfrutar desta conquista inclusa no meu pacote de maturidade.

Entender os sinais e saber ler as linhas e entrelinhas, é fundamental para ter a sacada da personalidade de alguém que mente constantemente. E a mentira é régua e trena de caráter. E pessoas desde perfil, não conseguem deletar comportamentos tóxicos que o acompanham no decorrer de tantos longos anos... Gente deste perfil, prefere gastar energias manipulando a mente de quem é honesto e tem pureza na alma. Ao ponto de esta pessoa confundir amor com dependência emocional.

Quem é do mal não pode conviver com quem é do bem, porque faz mal para o coração, bem como para as saúdes da alma, física e mental. E quando se detecta que o sentimento não era amor, parece que o que resta é o ódio. Só que de mim sai apenas o que o meu coração está cheio. Página virada, capítulo encerrado, e coração saudável para amar quem é digno de amor, não de pena.



Thaís Livramento

20 de agosto de 2020

sexta-feira, 7 de agosto de 2020

Eficiência

Ao explorar o termo ‘Pessoa com Deficiência’, é possível constatar que esta é considerada por ter algum impedimento de longo prazo, de natureza física, mental intelectual ou sensorial, em que barreiras vitais podem obstruir determinadas participações efetivas na sociedade.  Estas, principalmente, por desprovimento de igualdade de condições entre pessoas.

Ao assistir este vídeo por 4 vezes consecutivas, me interiorizei e me questionei das deficiências que eu mesma me prego, ou mesmo deixo passar comportamentos nada saudáveis – originados de mim ou recebidos de alguém – que podem se instalar em meu organismo e originar empecilhos para que eu viva ainda mais saudavelmente.

Não que quem nasça com alguma patologia precise receber mais ou menos amor. Não tô aqui falando de direitos iguais ou vitimismo. E sim do quanto todos podemos ser especiais, mas, como esta garota do vídeo, existem pessoas que podem nos despertar manifestações diárias do que cotidianamente passa despercebido.

Sejamos especiais ao nosso modo. Em nossa identidade e essência. Não se diminua e nem deixe que alguém tire a sua grandeza!



Thaís Livramento

07 de agosto de 2020

segunda-feira, 20 de julho de 2020

Permita-se


É necessário nos abrirmos à permissão ao amor. Por muito tempo estive fechada para este sentimento que dá um trabalho  danado... E sem me dá conta, perdi a ponta da corda e me peguei enxergando o céu mais azul e o sol mais amarelo no outono.
Alimenta a minha alma me olhar no espelho e ver meus olhos mais brilhantes, escrever poesias direcionadas, e pesquisar um cardápio que nem é de minha vontade, mas agradará um certo alguém. Meu coração se alegra com a possibilidade de uma recepção com riso frouxo seguido de um carinho no rosto, enquanto os cabelos são retirados da frente dos olhos.
Pra mim é ‘esforçante’ diminuir as unhas das mãos e não colori-las de preto. Porém, é gratificante receber um reparo e um elogio do quanto estão delicadas em tom rosa bebê e brilho discreto.
O que neste mundo moderno e globalizado é constantemente reforçado como necessidade de autoafirmação de independência feminina, eu chamo de cuidados básicos com o outro. Caí na real de que a gente pra estar feliz, tem que conseguir este status sozinha. E que quando se relaciona com alguém, é para fazer o outro feliz, e, automaticamente, isto volta pra você. E se há reciprocidade, o outro se esforçará para também te fazer feliz, e nesta constante algo um tanto maneiro e gostoso vai se criando. Um hábito bom que deve ser renovado com a atenção prestada no que é simples e nos remete leveza.
Há poucos dias me senti sozinha e chorosa. Porém, me interiorizei e me permiti compartilhar o que é óbvio – que talvez o outro esteja habituado em vícios cotidianos, não enxergasse ou não compreendesse o que de fato se faz importante pra mim. E nesta ocasião, receber informações necessárias que dizem respeito ao meu comportamento.
A boa comunicação evita inúmeros problemas, permite trocas de experiências e planejamentos futuros, estimula abraços afetuosos, beijos excitantes, e até mesmo uma festinha particular com direito a um rock maneiro, clássicos da MPB, forró, pagode, e funk com direito ao quadradinho de quatro!



                                                  Cidade Negra - A Sombra da Maldade  




Thaís Livramento
20 de julho de 2020

quinta-feira, 4 de junho de 2020

Maio


Junho é marcante por nele ser celebrado o Dia dos Namorados e o aniversário do meu irmão. Por longos anos, a primeira data me trouxe muitas expectativas e poucas alegrias. Ou felicidade nenhuma. Neste mês, o 29/06 ganhou mais um sentido de comemoração e gratidão de tudo o que nos últimos dois anos elevei em preces. Porém, o sexto mês nem chegou e eu já quero que ele termine.
Eu nunca imaginei viver trilhas sonoras de Marília Mendonça, Gusttavo Lima, Henrique e Juliano, Rick e Renner, e Pixote. Bem típico de uma Roqueira Nutella que identifica Aldair Playboy dentro de um Uber, né?
As duas coisas que mais gosto em mim são meu nome e meu sorriso. E trocando o ‘s’ pelo ‘x’ você reafirma minha identidade nada mineira e tampouco baiana, e se mostra satisfeito quando sorrio pra você. Te arregalar os dentes só é tarefa difícil quando você falha na comunicação e me faz esperar um bocado. E esta atitude não é louvável, uma vez que mesmo sem saber de sua existência, te esperei por consecutivos maios.
Por ser deboísta e sensitiva às energias que circulam, pensei que o que rolaria entre a gente não passaria de trocas de afinidades superficiais. Mas, sem me dar conta, resolvi experimentar novamente seu beijo que não me agradou no primeiro dia. E sem que eu percebesse, nossas almas já conversavam conectadas.
Nunca imaginei que um dia apareceria pra mim alguém que prefira o Rio enquanto eu a Praia de Guriri; alguém que queira pular o Carnaval com trocas de trios elétricos, enquanto eu não consiga me imaginar chegando perto do circuito; alguém que curta assistir séries, filmes e jornais tóxicos, enquanto eu nem lembro da existência de uma televisão; alguém que me diz arriscar num arrasta-pé, enquanto me amarre em dançar – do meu jeito – ao ponto de ainda me atrever nos passinhos dos manos... Você apareceu para misturar todas as bagunças em minha cabeça organizada, bem como me fazer dizer sim para o que, até então, era não e nunca. E você chegou sem um manual de instruções, me mostrando como aprender a lidar com nossas diferenças, e entendendo, cada vez mais, que somos Lego.
Em julho eu comemorarei seu retorno e o aniversário de papai. Nos 30 dias que você baterá martelos, eu estarei daqui te esperando para construirmos juntos uma relação que em pouco mais de 20 dias já alicerçamos no respeito. Você diz que eu te despertei para um novo universo e te ensinei novas palavras. E você me mostrou, na minha melhor versão, que eu ainda sei amar.




Thaís Livramento
27 de maio de 2020

segunda-feira, 18 de maio de 2020

'FelizCidade'


Ontem eu parei pra refletir que preciso fazer uma limpa em meu guarda-roupas. Quando cheguei em São Mateus, inicialmente com a proposta de permanecer por cerca de 3 meses, sobravam espaços e cabides. Depois de algum tempo, com a estabilidade profissional, adquiri uma cômoda. Tudo bem que eu poderia trocar meu jogo de quarto, porém, resolvi mantê-lo com o fim de economizar tempo e dinheiro, e entender que naquele móvel deve caber apenas o que realmente for de meu uso, uma vez que constantemente renovo meu vestuário. Porém, de um tempo pra cá não tenho feito o desapego de peças que possivelmente não mais usarei.
O desapego sempre estará vinculado ao novo, e o novo assusta. O ser humano é tão materialista, que além de ser tátil, muitas vezes não muda pelo simples fato de se encontrar numa zona de conforto. O tempo passa, e ele é uma das coisas mais valiosas da vida. Quando escrevo a palavra ‘muda’, me remete ao verbo e à falta de voz. Por muito tempo estive muda e este tempo já passou. E quanto ao passado que pode até servir de referência, sempre terá o seu lugar: onde ele está.
Detectei que preciso mudar de casa, alçar novos voos, subir cada vez mais. Os ciclos se abrem e se fecham, e eu já consegui provar pra mim mesma que o que preciso fazer é me impulsionar, entender os sinais em respostas de preces, e seguir a favor do vento que sopra em minha direção, e não na dos outros. Principalmente daqueles que querem abrir asas, mas busca impulso pisando na cabeça de alguém. Não tenho do quê e nem posso reclamar da minha vida, porém, permanecer estática numa situação não combina comigo porque eu sou puro movimento.
Guardo malas em cima do meu guarda roupas, e de um tempo pra cá, observei que quando preciso passar dias fora de casa, coloco meus pertences sempre na menor. Isto significa que eu aprendi a carregar o que é essencial com mais facilidade. Hoje a minha bagagem principal consiste ao que é importante ter apego e às minhas vivências, e não às roupas dobradas e penduradas.
Aceitar e entender as mudanças demanda tempo, e nele vem a maturação... Seja ela com dias de chuva e frio no verão, ou de calor intenso no inverno. A vida é feita de banhos de chuva que lavam a alma quando, em dias de pandemia, não é aconselhável sair de casa pra se tomar banho de mar.
É preciso nos reinventarmos a todo instante de modo que isto aconteça com naturalidade, e sem forçação de barra ou energia positiva gasta a troco de nada. Percebo que amadureci quando no meu pacto de amor próprio venci traumas, e que as decepções fazem parte da vida que deve seguir sempre adiante.
Hoje me encontro mais madura ao selecionar pessoas para fazerem parte de mim, e entenderei que meu lugar é onde exista reciprocidade. Sempre tive um bom coração, mas, fazia muito tempo que eu não o sentia batê-lo com tanta leveza, tranquilidade e paz. Estou permissiva à abertura de um ciclo em que as afinidades e construções participativas se sobressaiam, e a distância seja apenas um detalhe essencial para uma proximidade contínua em um futuro muito próximo.



Thaís Livramento
18 de maio de 2020