terça-feira, 28 de outubro de 2014

Sobre comodismo e ação nenhuma

Ignorância? Vou falar o que é ignorância: ignorância é ficar lamentando, xingando e faltando respeito o tempo todo nas redes sociais por um resultado de eleição que já foi dado.
É fato de que a dor de quem perde é tão grande quanto à alegria de quem ganha, mas quer mudança? Dá pra iniciar acompanhando trabalhos governamentais como, por exemplo, frequentando sessões nas Câmaras de Vereadores, cobrando ações da Prefeitura, fiscalizando e denunciando posturas inadequadas de governos (federal, estadual e municipal), senadores, deputados, vereadores...
Se não tiver ao alcance, dá também para participar da diretoria do bairro, de alguma ONG ou sociedade protetora de alguma coisa (animais, crianças, idosos...). E se ainda não tiver ao alcance, dá também para exercitar mais o cérebro, já que há controvérsias no ditado popular: “de pensar morreu o burro”.
Lamentar e se entristecer faz parte. Em certas situações eu também lamento, me entristeço, questiono, sou deselegante quando necessário (consciente ou não). Mas lamentar com a bunda pregada na cadeira é que não gera nada, além de desconforto e chatice.
E como nem tudo é do jeito que a gente quer, lamentações e comodismos permanecerão, bem como a falta de respeito e a sociedade contextualizada em diferentes pontos. Se tem coisa que gosto de perder é peso, e ganhar é dinheiro. Mas nem tudo acontece da forma e proporção que a gente quer... Vida que segue! 

quarta-feira, 15 de outubro de 2014

Ser/Estar Professora

Minha mãe é professora aposentada. Minhas tias e avó por parte de mamãe também. Lembro que quando eu era criança, mamãe e papai sempre me levavam à rua para escolher o presente das minhas ‘tias de sala de aula’.
O tempo passou e este hábito foi plantado. Passei a ter mais professores, do sexo masculino inclusive, e não perdi o hábito de presenteá-los seja com algo materializado (objeto), simples cartinha,  cartão, mensagem impressa ou mesmo pedir para dar um abraço e dizer palavras carinhosas. Alguns - principalmente os da época de faculdade - ficavam surpresos, já que no mundo acadêmico alguns alunos demonstram estas ‘perdas de valores', mas sempre agradeciam com sorriso no rosto. Eu ficava satisfeita com as demonstrações de gratidão e por dar sequência à boa educação que mamãe e papai plantaram em mim e em meus irmãos.
O tempo passou mais. O que eu não imaginava era que eu me tornaria professora, e que as salas de aula que meus amiguinhos e eu montávamos no quintal de casa para brincar, futuramente seriam externadas para a realidade. E esta realidade é tão bacana, que eu me formei no curso de Jornalismo e meus irmãos no de Psicologia, mas nos tornarmos também professores acadêmicos. Além de exercermos nossas profissões de graduação, nos dedicamos ao ofício de lecionar.
E como é gostoso lecionar... Como é gostoso estudar, me preparar para transmitir conteúdo com ética e segurança em sala de aula. Como é gostoso, ao ensinar, aprender. E não estou falando só do aprendizado 'dos livros’, mas de forma geral. Como me tornei uma pessoa mais humana após destinar tempo e dedicação para estar à frente de uma sala de aula... Decepções? Se passo raiva? Já tive momentos de querer ‘chutar o balde’ e largar tudo?  Estas situações fazem parte e são mínimas diante das positivas e felizes! Eu tô falando de sair de casa com um problema pessoal e ao chegar em sala de aula um aluno te ofertar um sorriso, um ‘oi, professora, tá bonita hoje!’, um abraço, uma cartinha, um chocolate, aulas com participação, ou mesmo entender que existe um problema que não está relacionado à sala de aula e, de alguma forma, estabelecer entendimento. Tem aquela parte também, em quatro anos lecionando - a mais frequente - que é sair de casa sabendo a turma que vou trabalhar, preparar meu espírito, dar gargalhadas, transmitir o conteúdo tendo a certeza de que será útil para a vida profissional e pessoal de quem recebe a mensagem que transmito. As formas de demonstrações de carinho são inúmeras: além de ser respeitada e reconhecida pelo trabalho que realizo, já ganhei festas de aniversário e de fim de ciclo surpresa,  me param no pátio ou corredor para pedirem para eu voltar a lecionar em determinadas turmas, aluno que não conheço me para e diz que gostaria de ter aula comigo, já fui escolhida como paraninfa... Já ocupei também lugar de 'mãe e psicóloga' quando foi necessário, e farei todas as vezes que for preciso. É impossível descrever tamanha satisfação e alegria que 'estar professora' me proporciona! Hoje, com o comportamento dos meus alunos comigo, posso sentir com propriedade o que meus professores sentiam quando recebiam minhas demonstrações de carinho! 
Que delícia é criar laços de amizade com meus alunos, como tive a oportunidade e prazer de criar com os meus professores, os meus eternos mestres que jamais serão esquecidos!
Ser professora é ter a certeza de que tudo terá valido a pena, se o aluno sentir-se feliz pelo que aprendeu com você e pelo que ele lhe ensinou!
Eterna gratidão aos meus alunos e professores que tive, por serem grande inspiração em minha vida. 
Todo o amor do mundo à minha professora preferida: minha mãe, que mesmo com o contexto de desvalorização do professor no cenário brasileiro, nunca deixou de mostrar o lado bom e lindo desta profissão a mim e aos meus irmãos!  


Gosto muito desta foto, foi do ano em que comecei a lecionar, em 2008. Foi feita na primeira turma que iniciei minha carreira como professora. Como penei... Como cresci!
Lecionei em 2008 e 2009 na Faculdade Vale do Cricaré em São Mateus/ES. Dei um tempo por questões de saúde. Retornei à sala de aula em fevereiro de 2013 e estou muito feliz no grupo Multivix Campus Nova Venécia/ES!