segunda-feira, 26 de outubro de 2020

Medo da Chuva

Outro dia me peguei observando a opinião de internautas e pessoas que convivo, a respeito do término do relacionamento do cantor Gusttavo Lima e da modelo Andressa Suita. Observei, que por muitos momentos, as pessoas se mostraram desacreditadas do amor. Assim como aconteceu quando os jornalistas Willian Bonner e Fátima Bernardes anunciaram o término do casamento. Entre tantas outras figuras públicas.

Sempre que algo desta natureza acontece no mundo dos famosos, me remete à história de uma anônima muito próxima: a minha. Em 2015, quando resolvi dar um basta e parar de viver de aparências em meu casamento, as pessoas que comigo conviviam e tinham a acesso a mim e ao meu ex-marido, se mostraram abaladas de modo que nem eu tenha ocupado tal comportamento. É certo que quando uma relação termina, uma parte se mostrará e, talvez, faça questão de se comportar de modo mais fragilizado que a outra. E na época, eu fui a figura fortona (Deus sabe o que passei enquanto casada!) que não me compatibilizei com as opiniões externas e segui minha vida passo a passo. É claro que eu não vou mentir e dizer que quando eu passava nas ruas os olhares de julgamentos não me incomodavam... Mas, fiquei surpresa do tanto de gente – do meu convívio e não - que me procurou para expor situações conjugais, me pedindo conselhos de e se deveriam ou não se separarem. E a resposta sempre foi a mesma: a sua história é diferente da minha, um divórcio não acontece da maneira mais feliz, então, prefiro não opinar.

O que as pessoas não se atentam quando é anunciado o término de um relacionamento, é que a história já não ia bem faz tempo, e, possivelmente, já havia acabado. E que a separação que causa tanta comoção aos arredores, talvez, se conceitue em decisões que a maioria gostaria ou deveria tomar, mas, não tem coragem – por vários fatores (des)estimulantes.

O que eu aprendi e entendi – que provavelmente uma galera precisa se atentar, é que aquela união matrimonial que temos nossos avós como modelo, já não faz parte do cenário há muito tempo. Sim, o amor existe, mas, a ‘felicidade’ não é consistida em uma somatória de anos, mas do tempo necessário de vida do ciclo em questão. Nem que este seja duradouro por uma soma de minutos. Ah! E que cada um tem sua vida individual e a oportunidade de construir sua própria existência. Se basear e se idealizar na história do outro, é um pecado contra si mesmo.

 

Thaís Livramento

26 de outubro de 2020


Dueto de gigantes: Raulzito e Zé Ramalho - 1984

"Medo da Chuva"

(Raul Seixas)