quarta-feira, 29 de junho de 2011

Níver do meu Irmão Lindo!!!

Éramos apenas Anny e eu quando mamãe deu a notícia: “daqui a uns meses chegará um bebê nesta casa!”. Sem muito entender o que mamãe falou com entusiasmo, me alegrei. Mas eu não sabia ao certo se o meu grau de felicidade era pelo entusiasmo da mamãe ou pelo fato de que realmente chegaria um neném em nossa casa.
Com o passar do tempo, a barriga da mamãe ia crescendo, e, junto com a Anny e papai, mamãe e eu conversávamos, cantávamos, contávamos histórias e fazíamos planos futuros para o bebê ainda dentro da barriga.
“Mamãe, o neném é menino ou menina?” – constantemente esta pergunta saía da minha e da boca da Anny. Mamãe, muito paciente que é, não quis saber se o bebê era homem ou mulher. Resolveu guardar a curiosidade em um enxoval amarelo e cores unissex.

Foi exatamente no dia 29 de junho de 1986 que todos tiveram a grande notícia: o neném nasceu, é um rapaz! Tenho vagas lembranças deste dia, mas, a que mais me recordo é a da minha curiosidade, doida para ver o rostinho do meu irmãozinho. Quando mamãe voltou para casa, matei minha curiosidade. Como ele era pitoquinho! Bem branquinho e de cabelos aveludados. Quando as pessoas chegavam para visitar, eu não saía de cima, tinha medo de que ao pegarem meu irmãozinho o quebrassem.
Mas quebrar o serzinho que foi batizado de André estava longe, pois, como está no significado dos nomes, André significa Coragem. Tão pequenino, e ele mesmo se encorajava e se aconchegava nos membros de quem o abraçasse.
O tempo foi passando e André foi crescendo. Seu crescimento só não era maior que a nossa felicidade. Recordo que em minha infância brincávamos e brigávamos muito. E também não conseguíamos ficar longe do outro.
Ninguém imagina que o menino que chorava para ir para o Jardim da Infância chorando, se tornaria o primeiro da sala nos ensinos Médio e Fundamental. Teve até uma época que meus pais eram chamados na escola para receber reclamações minhas e elogios dele! Pode parecer mentira, mas era a pura verdade...
Quando ele tinha 12 anos, fui morar em Governador Valadares/MG. Ah, a saudade era tanta... Só não foi maior do que quando eu passei no vestibular e fui morar em Arcos/MG para cursar Jornalismo. O mais interessante foi que no dia da minha formatura, meus convidados estavam tão eufóricos na comemoração, que deu um probleminha com os vigias do pátio da PUC... De cima do palco, na hora de receber o diploma, quem estava lá embaixo, me defendendo? Ele, o Corajoso André! Quando me lembro disto, me sinto tão bem, tão protegida, pois jamais imaginei que meu irmãozinho fosse capaz de ‘meter as caras’ por mim...
Conclusão de curso, nenhuma proposta de emprego pelas bandas que estudei, o jeito é voltar pra casa! Que casa vazia sem ele... Nesta época meu irmão já morava em Vitória, estava se preparando para ingressar no curso de Psicologia na Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes). Fiquei super orgulhosa, pois meu irmãozinho já nos dava razão de orgulho, felicidade. A única coisa que me preocupava, era ele arrumar namorada... Sim, sempre fui ciumenta e não nego!
Foi em maço de 2010 que André recebeu o diploma de conclusão de curso. O mais novo psicólogo da família!!! Sim, o mais novo, já que a Anny também é psicóloga. É isto mesmo, seguiram a mesma profissão e se parecem muito tanto fisicamente quando psicologicamente. Mas é a minha diferença que completa mais cada um dos dos meus irmãos. Rsrsrsrs
Hoje, se alguém pesquisar no Google o nome André Mota do Livramento, não será difícil encontrar excelentes referências, currículo Lattes e uma série de arquivos de artigos que foram publicados em revistas e sites nacionais e internacionais. Hoje o André é mestrando na Ufes, faz um lindo e excelente trabalho na área dele.
Pesquisar na internet o nome do meu irmão dará noção às pessoas do quanto meu irmão é inteligente. Mas, só o Google do meu coração, sabe o valor e o que o André representa e significa em minha vida.
Se não fosse aquele 29 de junho de 1986, as razões da minha alegria estariam vagas e incompletas. Se não fosse o amor verdadeiro dos meus pais, minha família não seria perfeita. Se não fosse a lealdade de Deus, eu não teria tantos motivos para ser feliz.
Dé, que o seu mais humilde presente de aniversário seja a presença constante de Deus em sua vida! O amor que sinto por você não cabe em mim... Te amo pra sempre!!!
Thaís Livramento. 

quarta-feira, 22 de junho de 2011

Na retirada dos Pontos

Assim que voltei para casa, uma das minhas grandes preocupações referentes à cirurgia, era a retirada dos pontos. Confesso que isto até sono me tirou.
Ontem acordei já pensando nisto. Quando fui tomar banho e minha irmã foi fazer curativo em mim, abria a boca a chorar dizendo que estava doendo, coisa e tals. O lance é que eu já havia criado a palavra ‘dor’ sobre qualquer coisa que pudesse ser associada à retirada dos pontos.
À tarde fomos ao Hospital São Lucas em Vila Velha. Durante o percurso de casa até lá, não parava de pensar em como seria o sofrimento. Meu irmão, muito palhacinho não parava de tentar me distrair com piadas, e minha irmã ia na pilha com a certeza de que estava fazendo algo para meu bem.  Chegando ao HSL, vi que uma moça loira comentou com uma mulher algo sobre mim, e a ficha caiu que era a mesma que estava na recepção do Hospital Meridional no mesmo dia que eu operei. Assim que me informei com a moça da recepção, já me dirigi a ela sorrindo e perguntando-a como estava. Era a mesma moça, a Lethícia, que estava na maca ao lado da minha na sala de recuperação.
Conversa vai, conversa vem... Percebia que a tensão estava passando. Mas, os meus medos eram: doer e eu chorar na frente do médico! Affffff...
Quando a secretária do Dr. Antelmo Sasso Fin chamou meu nome, o da Letícia e de um rapaz. A Lethícia estava mais tranquila que eu, e até deixou eu ir para a retirada dos pontos antes dela. Gente, quando encontrei do Dr. Antelmo, já comecei a me justificar o que ocasionaria meu choro. Sempre com muito jogo de cintura e agradabilíssimo que é, buscou todas as formas para me distrair. Mas, quando percebi, eu estava suando que nem chaleira e batendo um pé no outro, sem parar... Tadinha de mim, tadinho do Dr. Antelmo!
Saí do consultório e Letícia estava lá, toda sorridente perguntando como teria sido. Respondi e ela sorriu. Despedi-me dela e segui o médico que pediu para preparar o espaço para a retirada dos pontos da Letícia e do outro rapaz.
Quando penso que ia embora, meus irmãos me lembraram do atestado que eu deveria ter pegado, mas, por tensão não pedi. Por um lado, foi até bom, pois, se eu tivesse lembrado antes, não teria tido a oportunidade de me despedir da Lethícia. Com a certeza de que fomos uma com a cara da outra, que nosso santo bateu, nos informamos sobre nossos endereços de redes sociais, trocamos telefones e nos despedimos.
Chegando em casa, não pude acessar a net, pois meu irmão tinha muito o que estudar. Hoje acordei cedinho, e quais eram as solicitações de contato em minhas redes??? O da Lethícia, que muito contribuiu para diminuir a minha tensão na retirada dos pontos!
E assim segue a vida... Ontem saí de casa com medo de não segurar a pontas na retirada dos pontos, acabei conhecendo uma pessoa maravilhosa, que tenho certeza de que seremos excelentes colegas.

domingo, 19 de junho de 2011

Sobre Minha Cirurgia

Ei moçada!
Então, seria muita falta de educação e sensibilidade da minha parte, se eu não desse uma satisfação sobre resultados da minha cirurgia.
Cheguei ao Hospital Meridional em Vitória - ES, por volta das 7:00 horas com papai, mamãe, André (meu irmão) e o Gui. Passou um tempinho, eis que surge a minha amiga, irmã, prima, cúmplice, madrinha e médica 500 horas por dia Dra. Fernanda Bemfeito D’Moraes cheia de balões coloridos, caneta, lápis, caderneta, pelúcia... Uma infinidade de paparicos, que só ela, a Van (assim que a chamo) poderia fazer. Por volta das 14 horas entrei para o centro cirúrgico e fui muito bem recebida e tratada pela equipe do Dr. Antelmo Sasso Fin, médico responsável pela minha cirurgia. Confesso que estava bem ansiosa, pois nunca havia passado por algo que envolvesse anestesia geral. Mas isto não foi problema para a equipe, que estava muito alegre e me contagiou!
De acordo com informações dos meus amigos e familiares que me esperavam na recepção do Meridional, o processo cirúrgico demorou menos de 1 hora. As 18:00 horas acordei na sala de recuperação. Lembro que sentia muito frio e chorava pacas. No meio do desespero, o primeiro nome que chamei foi “Van!”.  Ah, que linda a Van... Ela não arredou os pés de perto de mim, não me deixou um segundo sozinha. O que ela fez não tem preço!
Por volta das 20:00 horas, fui para o apartamento do Meridional. Cheguei na maca, e minha família – sempre presente – me esperava ansiosa! Passou um tempinho, papai, Gui e André se despediram e mamãe ficou comigo. Foi bem complicado pra dormir, como está sendo até hoje. Mas, nada como um dia após o outro... Logo pela manhã o Dr. Antelmo passou a visita e... Recebi alta em menos de 24 horas!!! Mamãe me deu banho, me arrumou e viemos para o apartamento que meu irmão mora em Vitória, com a amiga Magali. Papai e o Gui já tinham limpado tudo e feito a compra das coisinhas que posso comer. Apossei-me do quarto do André e deixei todos me paparicarem! (Adoro!) – Fora as visitas dos meus tios Dalva e Zé (pais da Van), Amyne (cunhadíssima linda do meu S2) e Gustavo e Guilherme (vizinhos de apartamento e primos de Maçonaria). Sem contar as ligações das minhas amigas Pri, Fau, Elba, Sussa, Minha Sogrinha linda (melhor que ela não tem!), Rosana, Arica, Tia Léia, Tia Cione, Tia Neném, Vovó, Têvo, Cumadre Lucchi, Jeff, contatos virtuais que demonstraram carinho e preocupação comigo... Ah, e tem a Magali também, que me dá a maior atenção! Quem não gosta de bajulação, não sabe o que é bom!
Daí, sábado pela manhã papai, mamãe e Gui foram pra Pinheiros e a minha irmã Anny chegou. Tadinha, ela mal chegou e eu já cantei um belo banho! Rsrsrsrsrs... Ai que delícia é tomar banho, lavar a cabeça, parar embaixo do chuveiro e deixar a água cair...
Graças a Deus, melhorei bastante de quarta-feira até hoje. A única coisa que incomoda (e muito!) é a dor nas costas; Dói muito porque além da consequencia da anestesia geral, só posso dormir de barriga pra cima e caminho com a coluna curvada. Terça-feira às 17 horas vou ao Ibis em Vila Velha – ES retirar os pontos e quinta já volto para Pinheiros.
Não está sendo fácil passar por isto, ter levado 20 pontos (vertical) no abdômen, sentir dor, não poder comer as coisas e ter que seguir dieta rígida e permanecer com a queimação nas costas. Mas tudo tem um preço e este estou disposta a pagar! Estou muito feliz com minha recuperação e com a bênçãos que Deus tem depositado constantemente em mim.
Antes de concluir, quero dizer que as atualizações do "Sinais de Mim" serão feitas de acordo com as minhas possibilidades. Quem quiser tirar alguma dúvida, pode entrar em contato comigo pelo email do meus msn thatycapixaba@hotmail.com Com certeza responderei todos com muito carinho e a mesma atenção que o remetente teve comigo.
Um abraço (não muito forte para não forçar cirurgia – rsrsrsrsrsrs) e um beso bem dotoso em cada um que torce e acredita em mim!

segunda-feira, 13 de junho de 2011

Tentei escrever... Mas sabe quando as palavras não encaixam e os pensamentos estão confusos?
Pois é... Vou ser direta: quarta-feira pela manhã passarei por uma cirurgia, em função disto to tensa, frágil, pensativa, pouco concentrada em minhas atividades cotidianas. Tô esquisita, mas to muito feliz! Peço a todos que me incluam em suas orações.
Desde já agradeço o carinho e atenção. Estejam todos, sempre com Deus!
Besos,
TL.

quinta-feira, 9 de junho de 2011

Facetas Desbotadas


Da janela da minha sala vejo prédios rosa, verde, azul, amarelo, desbotados. Vários prédios desbotados...
Talvez eu possa comparar as pessoas com os prédios, embora o efeito da comparação deva ser inverso. Da janela da minha sala posso ver que prédios desbotados são os que mais trazem retorno para a redondeza. Quando entro nestes prédios, que apresentam faixadas convidativas e com slogans chamativos, me sinto bem. Sempre tem alguém para me receber com um sorriso bacana na cara. Ou quase sempre.
Outro dia cheguei em uma loja e um rapaz muito bonito não parava de mexer no celular. Ele saiu, voltou, saiu e voltou. Quando ele voltou, pude ouvir barbaridades que ele falava com alguém pelo telefone. Ele parecia tão tenso, que inicialmente me chamou atenção. O local que o moço bonito trabalha é muito bacana: confortável, convidativo, cheiroso, cheio de pessoas com leves sorrisos e comportamento educado. Sim, isto é o que a empresa prega, funcionários da loja também devem ter uma cartão postal.
Após ouvir barbaridades que ele dizia pelo cel e a frase: “então, se for meu aborta! E cale a boca, pare de chorar, você poderia ter evitado isto!” fiquei muito preocupada com a situação e impressionada com o comportamento do moço lindo que tornou-se ridículo a partir daquele momento.
Ao contrário dos prédios desbotados que vejo da janela da minha sala, as pessoas multicoloridas vivem de aparências, e em seu interior não são nada convidativas, são monstros internos.

quinta-feira, 2 de junho de 2011

Mas que eu falei, falei!

Se ‘indústria cultural’, é aquela criada com um objetivo específico atingir a massa popular, onde é que me enquadro?
Vivo em uma sociedade que vive dizendo que quer tudo do bom e do melhor, mas não cansa de agir maciçamente. Aquele lance de ‘cada um no seu quadrado’ foi por água abaixo. Foi sim, porque a massa a qual me refiro é a sociedade classes a, b, c, d, alfabeto inteiro, já que as pessoas curtem e não cansam de procurar saber da vida alheia.
É muito triste estar em um local e em poucos minutos alguém virar pra você e sair algo do tipo ‘você soube que Fulana tá grávida? Bem feito, pra mãe dela calar a boca!”ou “Cicrano e Beltrana se separaram, quem diria, hein?”
Outro dia eu estava em um determinado lugar em que mulheres casadas estavam comentando o insucesso matrimonial das pessoas. Não aguentei e, sem ser convidada, interferi na conversa. A princípio, pensei que eu fosse linchada da discussão, mas eu não estava nem aí para o que as pessoas fossem pensar ou achar de mim, estava me importando mais com o que elas precisavam ouvir, saber que em meio a um grupo massificado, existia alguém que passasse em um filtro.
Falei às jovens senhoras casadas que assuntos daquele tipo não poderiam ser ditos em lugares públicos em alto e bom tom comemorativo. Falei ainda que um divórcio deve ser algo muito triste. Sim, ‘deve’ ser porque já passei por uma crise e não foi nada fácil, mas, graças a Deus a ideia do divórcio não foi levada adiante.
Não estou querendo crucificar as pessoas que não conquistaram a felicidade na vida conjugal, pelo contrário: quero dizer que as pessoas devem prezar pela felicidade individual sim. O mais engraçado, foi que no meio do contexto, encostou uma senhora que aparentemente (pelas palavras proferidas) não está bem no seu casamento. Quando ela mencionou que casamento não presta, rapidamente entrei e cortei: ‘Então, porque permanece casada?’. Sem pestanejar ela explicou que a sociedade cobra muito, que não aguentaria ser apontada pelas pessoas como ‘a separada’ ao passar pelas ruas de uma cidade pequena. Daí, contestei novamente: ‘Se você não faria porque acha ruim, porque alimenta essa roda de discussão? Você devia era tirar o chapéu para as pessoas que venceram a covardia, o medo e tudo mais em busca de uma vida melhor.’ Não contente, ela retrucou perguntando se sinônimo de felicidade era estar solteira. Passei-lhe um rabo de olho e deixei o silêncio responder a tal pergunta ignorante.
Após longos minutos de conversa, algumas casadas começaram a falar das coisas boas que o casamento proporciona. E proporciona mesmo! Eu costumo dizer às minhas amigas que querem casar, pra pensarem muito, pois atualmente as pessoas confundem casamento com brincar de casinha. E mais, para quem já passou por uma separação, sabe melhor que eu o quanto um divórcio deve ser doloroso... Além das questões legais, um divórcio envolve a principal parte, o lado afetivo, os filhos nascidos ou planejados durante o namoro, os bons laços sentimentais construídos entre as famílias, amigos, colegas, aquela xícara de tomar leite quente em dias frios, o primeiro pano de prato ganhado daquela tia que faz um bordado como ninguém, um sobrenome que deveria ser adotado com amor e não dispensado por irracionalidade, o primeiro beijo, uma noite de amor inesquecível... Uma série de fatores que a massa aculturada não pensa. E não pensa mesmo, pois falar e apontar alguém é muito fácil, passar pela situação, ninguém nem imagina o que é.
Mas, enquanto a parte aculturada da cultura de massa não ordena os pensamentos, a melodia nunca vai parar, afinal, é fato que para a maioria estar no seu quadrado é mais difícil do que cantar: “Vai ser feliz!?! Vou não, quero não, posso não, a sociedade deixa não, não vou não, quero não...”