sábado, 17 de setembro de 2011

Quem casa, quer Casa!

Não há dúvidas de que o ditado “Quem casa quer casa” é certo. Por um tempo em minha vida, ouvia as pessoas falarem isto, e eu apenas ouvia por ouvir. Mas quando a situação torna-se ‘própria’, as coisas mudam. Hoje o Gui e eu completamos 3 anos e 4 meses de casados, e neste tempo passamos por momentos alegres, tristes, sucessos, perrengues, batalhas... E a vida é isto: batalha constante! Mas não vou perder meu foco. Quando completamos 2 anos e meio de casado, resolvemos comprar uma casa, mas diferente do que eu previa e queria, nossa renda permitiu que comprássemos uma casa mais simples, cheia de humildade, menos aconchegante e com um mooooooonte de ajustes para ser feitos, como por exemplo, reforma em todos os cômodos e ampliação. O bacana é que nossa casa tem quintal pra crescer, sem contar na mega mangueira que faz uma sombra que só quem conhece o lugar sabe do que estou falando.

Daí, pra efetuarmos a compra da casa, tivemos que abrir mão de um tantão de coisas, o que é normal. Compramos, festejamos, brindamos, nos apertamos. Como além do financiamento e investimentos que fizemos para as empresas (Jornal e Agência), também temos as altas parcelas do nosso carro para pagar, tivemos que aceitar o quem meus pais sugeriram desde o início do nosso casamento: morar com eles. A casa dos meus pais é enorme, e como a minha irmã já casou (e graças a Deus mora em casa própria) e meu irmão mora em Vitória, a casa que já era muito grande quando todos morávamos nela, tornou-se um labirinto. Topamos. O Gui e eu preparamos nossa mudança e no início deste ano passamos a morar na casa que nasci, cresci e não pretendo ter meus filhos dentro dela. Calma, eu posso explicar.

Desde os 17 anos de idade, não moro mais com meus pais. Fui estudar pré-vestibular em Governador Valadares/MG e em seguida cursar Jornalismo em Arcos/MG. Faculdade concluída, consegui emprego em um canal de televisão em Nova Venécia, onde trabalhei até voltar pra Pinheiros e ter a brilhante ideia de casar. Casei porque amava (e amo), mas o fato de não conseguir mais conviver ‘dando satisfações’ aos meus pais, me empolgou ainda mais para esta realização.

Olhando para o passado, quando tinha 17 anos (10 anos atrás), já não curtia muito ter que dar satisfação de nada pra ninguém. Sou a filha ‘diferente’ que meus pais tiveram. Não que meus irmãos eram mega bonzinhos e submissos, mas eu sempre dei mais trabalho, e pra eu assumir isso, imaginem o que já fiz papai e mamãe passarem...

Pois bem; Voltei a morar com meus pais no início deste ano, porém com meu marido, com planos de não demorar ir para minha casa. Mas muita coisa aconteceu, muita mesmo. Passei por momentos muito difíceis em minha vida, difíceis mesmo, coisas que nunca imaginei passar um dia. Eu sempre amei a vida, e um dia perdi a vontade de viver; Isto foi o início de uma cadeia de problemas que afetaram diretamente minha saúde. O dinheiro que estávamos juntando para mexer na casa, gastamos com minha saúde, e a cirurgia que me submeti, meus pais pagaram, pois o Gui e eu não tínhamos quase R$20.000,00. 

Ter passado por esta situação ruim sob o mesmo teto que meus pais, me fortaleceu para minha recuperação. Me sinto ótima ao ponto de aconselhar pessoas que passam por problemas como os que passei. Mas neste momento, o que mais me incomoda não é só ouvir meus pais naturalmente chamando a minha atenção, cobrando satisfação e receber ordens por coisas que se eu tivesse em minha casa faria se visse necessidade, e se não visse não faria. Exemplifico com uma coisa banal que aconteceu hoje: sábado, frio, chuva e o Gui trabalhando. Eu poderia muito bem ligar pra ele e propor almoçarmos um mexido de sobras de comida ou misto quente com suco natural. Mas não, papai e mamãe saíram cedinho para a feira livre (como é de costume deles desde antes de eu nascer), já contando chegar em casa e encontrar um almoço daqueles bem gostoso que só eu sei fazer, e deixar a bagunça da cozinha para eu arrumar.

Outra coisa: durante o almoço, mamãe pediu para que amanhã eu faça um refratário assado de frango na cerveja, e amando a ideia, pois amo cozinhar, aceitei. Mas em seguida ela determinou que devo ferventar e a forma com que devo ferventar antes de temperar e colocar para assar. Poxa, quantas vezes a mamãe almoçou em minha casa e comeu o frango na cerveja da forma que eu sempre fiz sem instrução de ninguém? Tem a parte também que eu sinto falta de cozinhar em minhas panelas, usar os meus temperos, lavar minhas roupas do meu jeito, escolher se limparei ou não a casa, ter ou não faxineira, entre outros. Estes são apenas alguns exemplos de uma série de coisas que me incomodam.

É uma delícia acordar ao lado do meu marido, dar e receber um beijo de ‘bom dia’, e em seguida tomar a bênção dos meus pais. É maravilhoso tê-los próximos nos momentos difíceis e como companhia quando o Gui resolve trabalhar até mais tarde e nos findis. Mas é ruim ter que dar satisfação e cumprir com tarefas que eu como ‘cowgirl fora da lei’ não recebi da natureza uma pontinha de vontade. É muito bom estar perto de quem amo, sentir presenças de quem tenho certeza que me ama, mas é bom também caminhar com as próprias pernas.

O Gui também já manifestou umas 2 vezes que quer o canto dele e ele está certo, pois se eu que estou morando com meus pais estou desse jeito, imagine ele? Tadinho... O pior de tudo, é que estamos apertados, daí quando vamos conversar sobre a obra que temos que fazer, nem sempre entramos em acordo, e tenho certeza que o que mais pesa não é o choque de ideias, mas todo o conjunto que nos incomoda e faz sentirmos ainda mais falta do nosso cantinho. Se Deus quiser, este mês já vamos murar e destelhar nossa casa, o que precisamos é dar início à obra, depois, se apertar financeiramente, daremos um jeito, de preferência que este jeito seja não parar a obra! 

Não quero parecer ingrata e mal agradecida com os meus pais, inclusive devo até dizer que são as pessoas que mais amo neste mundo, mas, precisava desabafar e apenas deixar claro que sinto falta do meu canto, e só “Quem casa e quer casa”, sabe do que estou falando.

4 comentários:

  1. kkkkkkk Eu quero casa! mas nao quero casa! kkkkkkkkkk

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  2. Perfeitamente compreensível, querida! Não tem como não te dar razão. Tô aqui torcendo por vcs. Esses perrengues da vida só servem pra preparar o terreno para algo bem melhor. Que seja a sua casa e que seja só de vcs! ;)
    bjoca

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  3. Ah, que bom ler aqui.. Beijos.

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  4. Pronto, consegui tirar o atraso... Rs!!! Todos os sinais foram atualizados... Bjos, Rima! Te amo!

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